Trump assina decreto que impõe tarifa de 50% ao Brasil Em ‘ficha informativa’ publicada pela Casa Branca, Trump aborda ‘ameaças do Governo Brasileiro’ aos Estados Unidos Trump assinou decreto impondo tarifa de 50% ao Brasil, alegando ameaças do governo brasileiro à segurança e economia dos EUA, incluindo críticas a ações de Alexandre de Moraes e ao julgamento de Jair Bolsonaro.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira, 30, uma Ordem Executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da tarifa para 50%.
A informação foi publicada pela Casa Branca em uma “ficha informativa” que aborda, segundo a instituição, as “ameaças do Governo Brasileiro aos EUA”.
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Inscreva-se no canal do Terra De acordo com o documento, as tarifas são para lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia do país norte-americano.
“A Ordem declara uma nova emergência nacional usando a autoridade do Presidente sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977 (IEEPA) e estabelece uma tarifa adicional de 40% para lidar com as políticas e ações incomuns e extraordinárias do Governo do Brasil que prejudicam empresas dos EUA, os direitos de liberdade de expressão de cidadãos dos EUA, a política externa dos EUA e a economia dos EUA”, diz a Casa Branca.
📊 Fatos e Dados
A Ordem classificou a “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivados pelo Governo do Brasil contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores” como “graves violações dos direitos humanos”.
Os atos, segundo eles, minaram o Estado de Direito no Brasil.
Ataques à Moraes A ficha afirma que os atos de Donald Trump são para “proteger” os interesses americanos e defender a segurança nacional, política externa e economia do país contra “ameaças estrangeiras”, incluindo a “liberdade de expressão” de empresas americanas de “censura coercitiva ilegal”.
🧠 Análise da Situação
“Recentemente, membros do Governo brasileiro tomaram medidas sem precedentes para coagir, de forma tirânica e arbitrária, empresas americanas a censurar discursos políticos, remover usuários da plataforma, entregar dados sensíveis de usuários americanos ou alterar suas políticas de moderação de conteúdo, sob pena de multas extraordinárias, processos criminais, congelamento de ativos ou exclusão completa do mercado brasileiro.
Isso prejudica não apenas a viabilidade das operações comerciais de empresas americanas no Brasil, mas também a política dos Estados Unidos de promover eleições livres e justas e de salvaguardar os direitos humanos fundamentais no país e no exterior”, afirma a Casa Branca.
O governo mencionou como exemplo um caso de 2019, em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria, segundo a instituição, abusado de sua autoridade judicial para “ameaçar, atingir e intimidar” oponentes políticos e “proteger” supostos aliados corruptos.
“O Juiz de Moraes emitiu unilateralmente centenas de ordens para censurar secretamente seus críticos políticos”, acusa o documento.
“Quando empresas americanas se recusaram a cumprir essas ordens, ele impôs multas substanciais, ordenou a exclusão das empresas do mercado de mídia social do Brasil, ameaçou seus executivos com processo criminal e, em um caso, congelou os ativos de uma empresa americana no Brasil, na tentativa de coagir o cumprimento.
Além de prender indivíduos sem julgamento por postagens em redes sociais, o Juiz de Moraes está atualmente supervisionando o processo criminal do Governo Brasileiro contra Paulo Figueiredo, um residente dos EUA, por discursos que ele fez em solo americano, e tem apoiado investigações criminais contra outros cidadãos dos EUA depois que eles expuseram suas graves violações de direitos humanos e atos de corrupção”, condena.
EUA aplicam punição a Alexandre de Moraes com lei Magnitsky
O decreto foi assinado no mesmo dia em que o país anunciou sanções contra o ministro do STF Alexandre de Moraes pela Lei Magnitsky.
A medida já havia sido prevista pelo secretário de Estado do país, Marco Rubio, e mesmo pelo presidente americano Donald Trump, para retaliar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados que corre no STF.
A decisão foi publicada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês) do Tesouro americano.
"Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”, opinou o Secretário do Tesouro, Scott Bessent.
Na opinião dele, “Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro”.
"A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos".
Em 18 de julho, o visto de viagem de Moraes e de seus familiares, assim como de outros membros da corte, foi revogado por Rubio.
Ambos os movimentos são reações ao julgamento de Bolsonaro e de seu aliados no caso da trama golpista.
Eles se tornaram réus após planejarem uma ruptura democrática por terem perdido as eleições presidenciais de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Fonte: terra
30/07/2025 17:07