Pensando em terminar seu relacionamento?
Esse é o antídoto científico Relacionamento de verdade precisa de presença e de estar inteiro, mesmo quando é difícil Você já tentou resolver um conflito com seu parceiro e teve a sensação de que ele só queria fugir, mudar de assunto, fingir que nada aconteceu?
Ou talvez o contrário: tudo o que você queria era que a briga acabasse, que o clima melhorasse, mas a outra pessoa continuava insistindo em conversar, perguntar e pressionar.
Se você já passou por isso, você vai se identificar com um casal que atendi recentemente.
Vamos chamá-los de Marina e Carlos.
Bastava acontecer algo fora do previsto: uma piada fora de contexto durante um almoço em família, uma toalha molhada em cima da cama, a pia cheia depois de um dia puxado, uma mensagem não respondida, um comentário atravessado sobre dinheiro, ou um convite recusado de última hora.
Coisas pequenas, do dia a dia.
Mas que, quando acumuladas, viram faíscas.
🧠 Análise da Situação
E é aí que o ciclo começa:
— A gente precisa conversar sobre o que aconteceu — diz Marina, com a voz firme, mas tentando manter a calma.
Carlos, que já percebeu o tom, revira os olhos e responde:
— Não foi nada demais!
Você exagera tudo.
📊 Informação Complementar
Parece que tudo precisa virar uma DR… eu só quero respirar um pouco.
— Eu só quero resolver!
— E eu só quero paz!
Ela insiste, ele se cala.
Ela aumenta o tom, ele sai de cena.
Ela sente que está sendo ignorada e ele sente que está sendo pressionado.
E assim, sem perceber, os dois seguem se afastando um do outro, mesmo quando o que mais querem é se reconectar.
A verdadeira raiz das intermináveis brigas de casais
O que Marina e Carlos estão vivendo tem nome: evitação psicológica.
É o que acontece quando o nosso cérebro interpreta uma situação desconfortável, como um desentendimento ou uma crítica, como se fosse uma ameaça real.
Mesmo sem um perigo físico, o cérebro entra em modo de sobrevivência e ativa respostas automáticas: lutar, fugir ou congelar.
A evitação psicológica é o mecanismo biológico do nosso cérebro tentar nos proteger do medo, frustração, vergonha ou rejeição.
Cada um de nós tem uma tendência.
– Marina reage lutando: quando se sente insegura, ela tenta resolver rápido, busca controle e cobra resposta.
– Carlos reage fugindo: quando se sente pressionado, ele se cala, evita o assunto e sai de cena.
À primeira vista, parece que Marina e Carlos têm personalidades incompatíveis.
Mas, no fundo, os cérebros dos dois estão tentando fazer a mesma coisa: protegê-los da dor emocional.
O problema é que, se sempre evitamos o conflito, nunca aprendemos a lidar com ele de verdade.
E isso transforma o relacionamento numa sequência de reações automáticas, em que um levanta a voz porque sente que não é ouvido, enquanto o outro se cala porque sente que não adianta falar.
Um cobra, o outro se afasta.
Um insiste, o outro se fecha.
E no fim, os dois se sentem sozinhos, mesmo estando juntos.
Essa dança não acontece por maldade — acontece porque o cérebro foi programado para sobreviver.
Só que relacionamento não se sustenta na sobrevivência, onde tudo vira um campo minado emocional, e o objetivo deixa de ser se aproximar e passa a ser evitar o próximo conflito.
Relacionamento de verdade precisa de presença e de estar inteiro, mesmo quando é difícil.
Precisa de escuta, não só para responder, mas para entender.
E acima de tudo, precisa de coragem para sustentar o desconforto e não evitar o próximo conflito.
A solução não está no outro, está na sua reação
A boa notícia é que esse padrão pode ser transformado.
Mas a mudança não começa tentando consertar seu parceiro.
Começa reconhecendo a forma como você mesmo reage.
Seu cérebro vai continuar tentando te proteger.
Vai te empurrar para o ataque, a fuga ou ainda o congelamento.
Mas você pode aprender a reconhecer esse impulso e, como primeiro passo para não cair na evitação psicológica, experimente pausar e entender:
– O que eu estou pensando?
– O que eu estou sentindo?
– E o que estou prestes a fazer?
Por exemplo: estou pensando que ele não se importa comigo, sentindo raiva e prestes a levantar a voz.
Reconhecer esse tipo de padrão já vai ajudar muito nos próximos conflitos.
E na próxima coluna, vamos ainda mais fundo e vou te mostrar como treinar seu cérebro para sair do automático e criar mais espaço para conexão, mesmo nas brigas.
Por hoje, te deixo com esse lembrete:
Se vocês vivem brigando do mesmo jeito, talvez não seja falta de amor, seja excesso de proteção.
E, às vezes, o passo mais ousado que você pode dar é ficar com o desconforto só um pouco mais.
Agora que leu até aqui, você se identificou com a Marina ou o Carlos?
Me conta como essa coluna te fez refletir?
Eu adoro conversar com os leitores no meu perfil do Instagram.
Clique aqui e me conte o que essa coluna te fez refletir — espero sua mensagem.
Nos vemos semana que vem.
Até lá, pratique a coragem de observar, sem atacar e sem fugir.
Fonte: veja
26/07/2025 07:56