Editora se viu obrigada a cancelar concurso após descobrir dezenas de obras geradas por IA. Caso reacende debate sobre originalidade na era digital.

📚 O que aconteceu?
A Editora Kotter, de Curitiba, cancelou o Prêmio Kotter 2025 após identificar várias obras escritas com o auxílio de Inteligência Artificial.
➡️ O concurso, criado em 2024, buscava premiar livros autorais inéditos nas áreas de literatura, filosofia e política.
📉 Mas este ano, entre as 900 obras inscritas, cerca de 40 apresentaram sinais claros de uso de IA, como trechos comentados pela própria ferramenta — e outras 60 apresentaram indícios suspeitos.
🔍 Como a IA foi identificada?
Segundo o editor Salvio Kotter, os sinais incluíam:
- 📘 Textos impecáveis formalmente (gramática, ortografia e sintaxe)
- 🤖 Uso de palavras comuns em inglês, mas incomuns em português
- 🧱 Narrativas com estrutura constante, sem picos criativos ou quedas naturais
- ✍️ Estilo literário “plástico”, sem profundidade emocional
🗣️ “Fica muito difícil acreditar que textos assim tenham sido feitos por um ser humano”, explicou Kotter.
⚖️ Dilema: desclassificar ou correr o risco?
O maior desafio, segundo a editora, é julgar com justiça sem punir autores legítimos — mas também evitar premiar textos criados por IA, o que já aconteceu em concursos internacionais.
🇯🇵 Kotter citou o caso recente no Japão, onde uma autora admitiu usar o ChatGPT para escrever a obra vencedora do tradicional Prêmio Akutagawa.
🧠 O impacto da IA no mercado editorial
A editora reconhece que a IA se tornou um novo desafio ético e técnico para o universo da literatura.
💡 Inclusive, a Kotter já publicou um livro de poemas parcialmente gerado por IA — mas com transparência total, desafiando os leitores a identificar o que foi criado por máquina e o que foi feito por um humano.
🎭 A proposta? Convidar o público a refletir sobre criatividade, autoria e autenticidade.
🖼️ A arte muda, mas não morre
Kotter faz um paralelo entre a IA na literatura e a chegada das câmeras fotográficas no passado:
“Houve medo de que os retratistas fossem substituídos. Hoje, temos fotografia e pintura como expressões artísticas complementares.”
Ele acredita que a literatura pode passar por um caminho semelhante.
📚 Mas reforça:
“As grandes obras desafiam padrões, enquanto a IA apenas os repete. A criação autêntica ainda é — e sempre será — profundamente humana.”
📝 E agora?
A Editora Kotter pretende reformular o concurso para 2026. A ideia é:
- 📑 Estabelecer critérios claros de originalidade
- 🤖 Incluir cláusulas sobre uso de IA no edital
- 🧪 Desenvolver ferramentas e métodos para detectar autoria híbrida
👀 O mercado editorial está atento. Afinal, até onde vai a inspiração — e onde começa a geração automática?