7 de Setembro: direita e esquerda medem forças em atos Brasil afora Brasil terá ao menos 66 atos pelo país; alguns ocorrem no mesmo horário e a poucos quilômetros atualizado Compartilhar notícia Além do tradicional desfile cívico-militar em Brasília, que contará com a presença do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o país terá mobilizações políticas de direita e esquerda neste 7 de Setembro.
A data marca o 203º aniversário da Independência do Brasil.
As manifestações acontecem em um contexto de forte tensão política, resultado da primeira semana do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado.
No total, serão ao menos 66 atos pelo país, divididos entre manhã e tarde.
Algumas das manifestações coincidem em horário e são separadas por poucos quilômetros.
🌍 O Cenário Atual de metropoles
Os atos de direita são organizados, em sua totalidade, pelo movimento Reaja Brasil – convocado pelo pastor Silas Malafaia – e apoiadas pelo Partido Liberal (PL).
Os atos ocorrem em todos os estados e no Distrito Federal.
A estratégia é massificação, com locais de grande visibilidade como a Avenida Paulista (SP), Copacabana (RJ) e o Farol da Barra (BA).
📊 Informação Complementar
Já as manifestações de esquerda, organizadas por movimentos populares como Povo Independente, Povo Soberano e Grito dos Excluídos, contam com o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT).
Os atos também estarão em todos os estados, mas concentradas, principalmente, em capitais e polos tradicionais de mobilização.
A aposta é em símbolos históricos e sociais, como a Praça da Sé (SP), o Parque da Redenção (RS) e o Campo Grande (BA).
Atos simultâneos
Brasília concentra o ponto de maior proximidade entre as manifestações de direita e esquerda simultâneas.
Com ambas marcadas para as 10h, a distância aproximada dos atos é de 1,5 km.
Também na capital, a partir das 9h, ocorre o tradicional desfile cívico-militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios.
O ato da direita, convocado pelo movimento Reaja Brasil, será no Estacionamento Ibero-Americano, em frente à Torre de TV.
Já o grupo de esquerda, Povo Independente, Povo Soberano, concentra-se na Praça Zumbi dos Palmares, em frente ao Conic.
Dessa forma, a Rodoviária do Plano Piloto funciona como ponto intermediário entre os locais.
De um lado, o acesso ao desfile oficial; do outro, os atos políticos.
Na prática, os três eventos acontecem quase lado a lado, no coração da capital.
O Metrópoles entrou em contato com Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) para saber se a segurança na região será reforçada, levando em consideração os atos.
Segundo a SSP-DF, o esquema especial de segurança na região abrange todos os eventos.
A segurança na Esplanada já está reforçada em razão do julgamento de Bolsonaro no STF.
Para o desfile, o trânsito de carros está interditado desde a tarde desse sábado (6/9).
É realizada o uso de drones com imagens térmica e câmeras de monitoramento.
O Comando Móvel da Polícia Militar está presente no local, assim como o Corpo de Bombeiros e Polícia Civil.
Outras cidades com atos simultâneos: – Salvador (BA): mesmo horário, mas bairros diferentes, com aproximadamente 6 km de distância – Goiânia (GO): horários próximos e ambos no centro, com aproximadamente 1,8 km de distância – Belo Horizonte (MG): horários próximos e mesma região, com aproximadamente 2 km de distância – Porto Alegre (RS): mesmo horário e em regiões centrais, com aproximadamente 3 km e distância Temas opostos Apesar de as manifestações de direita e esquerda deste 7 de Setembro possuírem temas distintos e defenderem ideias diferentes, ambos são influenciados pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e as recentes medidas econômicas aplicadas pelos EUA contra o país – que também sofrem influência do julgamento.
Julgamento de Bolsonaro e influência nos atos de 7 de Setembro – Defesas dos réus contestaram provas e a delação de Mauro Cid, negando envolvimento dos réus nos ataques de 8 de janeiro e questionando a validade de documentos.
– A defesa de Bolsonaro afirmou que não há provas ligando o ex-presidente à trama golpista, enquanto aliados como Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira também se declararam inocentes, alegando não ter participado de qualquer tentativa de golpe.
– Por outro lado, a PGR sustenta que a configuração do crime não depende de ordem formal e que há elementos suficientes para condenação.
– O contexto judicial reforça a polarização: atos de direita usam o julgamento para reivindicar anistia a condenados e contestar decisões do STF, enquanto atos de esquerda mobilizam-se em defesa da democracia e das instituições, o que transforma o 7 de setembro em um confronto simbólico entre as pautas de ambos os lados.
Temas defendidos pelo ato Reaja Brasil:
– Anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro: Busca pela revogação das penas impostas aos envolvidos nas manifestações de 2023.
– Liberdade de expressão e religiosa: Ênfase na oposição a políticas consideradas restritivas.
– Impeachment do ministro Alexandre de Moraes: Crítica ao papel do ministro no processo judicial contra Bolsonaro.
Temas defendidos pelo movimentos Povo Independente, Povo Soberano: – Soberania nacional: Reafirmação da autonomia do Brasil frente a pressões externas – Justiça social: Luta contra desigualdades e em favor dos direitos dos trabalhadores – Democracia: Defesa das instituições democráticas e da participação popular – Temas sociais: Como taxação de grandes fortunas e isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Paralelamente, o tema do desfile cívico-militar deste ano é Brasil Soberano.
De acordo com o Governo Federal, a soberania do país será destacada por meio de três eixos temáticos: dois deles intitulados Brasil dos Brasileiros e Brasil do Futuro e o terceiro sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro, em Belém (PA).
Fonte: metropoles
07/09/2025 08:12